“Respeitável público!”
Talvez o post de hoje fique um pouco longo, mas serão 2 resenhas! Então ‘bora:

O Circo da Noite, de Erin Morgenstern

Já faz um bom tempo que li esse livro, lembro que a Intrínseca enviou um e-mail com um trecho e achei interessante, mas ficou esquecido na minha caixa de entrada. Foi só depois de uns meses que resolvi comprar, estava com dúvidas, li algumas resenhas: algumas diziam que o livro era bom, outras não, enfim, foi mais à título de curiosidade da opinião alheia!

A história é bem uma competição: Hector Bowen ou Próspero, o Mágico tem uma filha, Celia, uma garota muito especial, ele tem um conhecido, ou rival Alexander H. que, curiosamente, só usa um terno cinza, e tem como “pupilo” um garoto chamado Marco. Esses dois senhores resolvem propor um desafio, mas claro que não se colocariam na reta, então as duas crianças é que vão competir.


E tudo isso, claro, é ambientado no Le Cirque des Rêves ou Circo dos Sonhos. É um lugar bem diferente e mágico, há um Jardim de Gelo, tendas dos mais diversos tipos,  que transposta o espectador a vários lugares, inclusive seus sonhos. O Circo é montado para a competição, mas ninguém sabe ao certo quais são as regras do jogo, nem mesmo Marco ou Celia.

A narrativa é bem lenta, mas acredito que acompanhe o Circo, conforme ele viaja, o que não deve ser a coisa mais rápida do mundo! A história em si, não é de todo ruim, mas fica naquela:  os competidores são rivais, mas ao mesmo tempo, nutrem uma amizade, um amor, não tem uma conclusão, fica em aberto.
Mas o que eu mais gostei foi do Circo, para mim, ele meio que se torna uma personagem, pois está presente no livro todo. A dinâmica das tendas, as atrações, é algo que gostaria de vivenciar. Li que muitas pessoas acharam que a Sinopse dá uma ideia e a história é outra, discordo. Como disse a história não é ruim, mas deixa um pouco a desejar, entretanto, a magia do circo, que é o que a sinopse nos mostra, está lá o tempo todo.
Quanto ao romance, para mim, meio que é um complemento, mas não foi o principal, é o que rege a história, mas acabou ficando meio de lado. De uma forma eu geral eu gostei, tem um mote um pouco diferente da maioria dos romances, é que é bem interessante.
As descrições foram bem legais, mas não incríveis, da linearidade que a história tem: de contar o que se passa no presente, mas voltar ao passado para entendermos os acometimentos e as personagens, falando nelas, para mim, elas completam o Circo, têm sua personalidade, mas elas se mostram mesmo são nas apresentações.

Já houve rumores de um filme, mas isso foi lá em 2012, sinceramente? Não sei se cumpriria com a tarefa de mostrar as atrações, sei lá, sou meio cética quando o assunto são filmes baseados em livros xD.
Quanto à capa, achei interessante, a diagramação, gostei bastante, combinou perfeitamente!

“No meio do dia o circo dorme em silêncio, mas Celia Bowen está em frente ao Carrossel, observando as criaturas negras e brancas e prateadas passando, suspensas em hastes coordenadas, sem ginetes.
-Eu não gosto dessa coisa – diz uma voz atrás dela.”

E, agora, o adversário:

O Circo Mecânico Tresaulti, Genevieve Valentine

Essa, sem dúvida, foi umas das histórias mais diferentes que já li! Descobri o livro meio por acaso, em uma de minhas andanças pelo Submarino, li a sinopse, achei interessante e o coloquei na minha lista, simples assim!

Bom, a história se passa em um cenário pós-apocalíptico, e isso, por si só, já chama a atenção, pois as cidades já existem mais, pois houve uma guerra, e os lugares por onde o Circo passa, pode não estar mais lá quando voltarem.
Quem procura o Circo vai atrás de segurança, afinal de contas, tudo está diferente, e a Boss é quem comanda tudo isso. Ela é a responsável por fazer as coisas funcionarem, e isso, sim, se aplica aos humanos, como? Circo Mecânico, esse nome, com certeza, não é à toa!

As atrações são as mais diferentes, mas ao mesmo tempo guardam a essência de um circo. A história segue conforme o Circo muda de cidade, acompanha as personagens, pois cada um tem uma história: como foi para ali, qual é o seu número e como foram transformados. Claro que há atração principal, a “menina dos olhos” de Boss e do Circo, mas ela trás um segredo, e consequências bem terríveis, porque por mais que a “Chefa” represente uma protetora, ela guarda seus segredos, e muitos são revelados ao longo da narrativa.
Há momentos que a história é um pouco parada, mas há momentos de muita tensão, especialmente em algumas apresentações, é como se você estivesse na plateia!
Ela, também, se divide entre passado e presente, mas não são capítulos, necessariamente, são relatos.
E o legal, pelo menos eu achei, é que, mesmo a todos os conflitos tenham sido concluídos, ainda fica aquele sentimento de algo mais, mas é algo como “ A vida continua”, o Circo continua, e gostei disso.

Como disse, é uma história muito interessante, que foca nas personagens, e o Circo faz grande parte disso. É uma narrativa sombria, mas não macabra, há de ser levar em conta o cenário, que não é nada alegre. Gostei, também, do cenário, tem uma ar meio antigo, ruas de paralelepípedo… Mas no geral, é um pouco parada, porém, o mote foi super bem pensado: um circo com seus dilemas e personagens, em um mundo pós-apocalíptico!
Sem contar, as ilustrações por todo o livro e na parte interna da capa e contra-capa, nos dá uma bela ajuda para visualizar as personagens, mesmo que a escrita da autora, me dê essa possibilidade, foi outra coisa muito legal, e ainda vem brinde na compra do livro!

“Para qualquer pessoa que veja um momento como aquele, ele nunca está no passado; está sempre acontecendo, um pouco fora de sua visão. Atrás dos olhos de Elena e dos olhos de Little George, Alec está sempre caindo.”

E é isso, como deu para ver, eu gostei das duas histórias, e agora passo a bola para você, leitor, leitora: Qual dos dois livros você ficou com mais vontade de ler? Se já leu os dois, qual gostou mais?


E é isso!
XOXO
Carla.