Clássico de Sexta - O Cortiço, Aluísio Azevedo

sexta-feira, março 20, 2015

Mais um clássico do vestibular chegando!

Esse foi, sem dúvida, o livro mais engraçado da lista, sério!

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A história se passa no Rio de Janeiro e tem como personagem principal João Romão, que é o dono do cortiço, ele divide esse posto com Jerônimo, gerente da pedreira de Romão.

O João é o malandro, sonha em ficar rico, e consegue, mas às custas dos outros ,seus inquilinos contribuíram para isso; ao lado do cortiço mora o Miranda, um português bem rico, que de início nutre antipatia (preconceito? Talvez.) pelo cortiço e o Romão, porém, quando o aspirante a rico começa, de fato, a enriquecer, todo esse sentimento, milagrosamente, desaparece, e o português quer entregar a mão de sua filha, Zulmira, para ele. Ambos os noivos, querem ter uma posição de destaque na sociedade, então acaba que é um casamento de interesses. Tal pai, tal filha… Miranda e Estela, sua esposa, também têm um casamento infeliz, que só é mantido por causa do dinheiro.

Contrastando com a personalidade de Romão, temos Jerônimo, ele é um homem honesto e vive no cortiço com sua esposa, Piedade, uma mulher dedicada, mas que a vida faz com que o rumo de sua história mude, e o fato de seu esposo ter um bom caráter atrai atenção de todos, especialmente da ala feminina, será que a carne é fraca mesmo?!

Essa “ala feminina” é liderada por Rita Baiana, a mulata fogosa, que desperta o amor dos rapazes, mas ela é comprometida com Firmo, rapaz que, no fim das contas, acaba não tendo muito destaque, mas protagoniza fatos que marcam as vidas dos inquilinos, só lendo para saber…

E por fim, há a Pombinha, mocinha recatada, generosa, uma das poucas que sabe ler, e ajuda os outros com suas cartas, ela ainda não menstruou e está à espera disso para se casar (é sério isso? Na época era!), de todos, é a personagem que tem o fim mais surpreendente, sabe aquela história de que os quietinhos são os piores? Será que isso procede?!

Todo o enredo do livro se baseia no cotidiano dessas pessoas no final do século 19, por ser naturalista, ele explora bem a miséria, a questão do sexo, que é algo bem marcante (mas nada Cinquenta Tons, tá, 1890 minha gente!), e as sutilezas de humor e ironias. Quando li, achei que ele também mexe com o sensorial, cheiros, a descrição das personagens, o suor delas, sabe? O livro te leva até aquela época, e parasse que você está convivendo com as personagens.

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Não me lembro qual foi a edição que li (era da biblioteca), existem várias, essa é Martin Claret, mas tem da Ática, que há notas de rodapé, ajudam bastante

A linguagem do livro, em sua maior parte, é bem coloquial, especialmente na fala das personagens, claro que não tem gírias, mas não tem uma linguagem rebuscada demais e complicada.

Gostei bastante, justamente pelo fato de ser um romance que retrata a sociedade, e não a parte rica, que de original não tinha quase nada, era cópia da Europa, mas os brasileiros. É uma leitura bem tranquila, a cada página você descobre a história de cada personagem, achei bem legal, e dá para ler bem rápido, porque não é uma narrativa lenta!

E é isso!

XOXO

Carla.

Coisas Legais...

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