Resenha: A Abominação, de Jonathan Holt

Legal mesmo é quando você descobre que começou uma série, depois que termina o livro!

Sim, esse sentimento é o que define minha relação com o livro, confesso que fiquei um pouco frustrada, por não ter nada na capa e contracapa indicando que seria uma trilogia, a não ser na página de catalogação, quem pensaria em olhar ali?! Enfim…

A história se passa em Veneza, e o corpo de uma mulher, vestindo roupas de padre, é encontrado no canal. Kat Tapo é, então, designada para seu primeiro caso de homicídio.

Claro que o fato que da moça estar com roupas de padre, é o que mais chama atenção das autoridades, mas as causas por trás disso tudo, são bem, bem bizarras. As evidências acabam levando para uma ilha, um hospital psiquiátrico, desativado, muitas mortes aconteceram por lá, e há quem diga que seja mal assombrado.

Além disso, temos um nerd ante-social, que sofrera na infância, dono de um site, uma rede social, o Carnivia, onde as pessoas podem postar o que quiserem sem serem descobertas, a vida de quem acessa, está toda lá. Há muito envolvido em toda essa história: exército, máfia, redes de prostituição, a morte da mulher é só o começo.

Há também, uma tenente do exército americano que se depara com um pedido estranho, que a envolverá bem mais do que ela pensa.

O que mais chamou minha atenção foi essa trama de mistério, sem contar que, é impossível não fazer um link com as histórias de Dan Brown, a mistura de realidade com ficção, religião, por o dedo em feridas e assuntos delicados, envolvendo políticas locais.

Gostei da história, é bem intrincada e bem construída, quanto às personagens, não são super elaboradas, mas cumprem seu papel, eu gostei mais do Daniele Barbo, criador do Carní

via, ele é bem ante-social, super nerd, que mesmo sem ter muita vontade acaba se envolvendo, e passa a pensar numa nova perspectiva para sua vida. A Kat é meio chatinha, ela super se acha.

No quesito personagens femininas, Holly é mais legal, mais gente como a gente, bom, talvez não tão a risca, mas acho que deu para entender!

Só achei uma coisa estranha: a tradução. Tive um professor que dizia que, quando nos tornamos tradutores, ficamos mais chatos, observadores, nada mais vai ser igual. Com esse livro senti isso. Não li o original, mas há palavras estranhas, que soaram muito bem, o texto, em alguns momentos, não fluem.

Não foi o melhor livro que li na vida, mas foi bem interessante, é uma leitura razoavelmente rápida.

Sobre ser uma série, não sei se terá uma ligação direta, mas no segundo livro as personagens principais serão Kat, Holly e Daniele, e pelo que pude encontrar, será sobre o sequestro de uma garota.

“Mais tarde, Ricci cogitaria se tinha ouvido alguns tiros, mas então se lembrou de outro tubo que havia visto de relance no estojo – um silenciador ainda mais longo e grosso que o instrumento de visão noturna. Portanto devia ter sido imaginação.”

E é isso!

XOXO

Carla.