Clássico de Sexta: Capitães da Areia, de Jorge Amado

E vamos lá! Veremos como ler os livro do vestibular pode ser algo divertido, mas leia com antecedência, e se você quer saber qual foi a primeira resenha da lista obrigatória clique aqui!

A Bahia de 1930! Chego à conclusão que nasci na época errada!

Capitães da Areia, o que dizer dessa história?! No começo, eu não me senti convencida, confesso que escolhi ler pela história mas, ainda sim não passou confiança, mas, o que deveria ser uma “obrigação”, tornou-se um dos livros mais legais que eu já li!

Para entender o contexto da coisa: é ambientado em 1930, em Salvador, numa época em que a varíola corria solta,  retrata a sociedade de lá, e nos mostra que tudo era bem precário, as oportunidades para as pessoas mais pobres eram raríssimas, o que ia totalmente contra ao que os modernistas diziam: que o país era bom, isso e aquilo! Pois é, o Modernismo sempre foi a parte mais chata, pelo menos é o que eu acho.

Bom, os problemas sociais da época foram, de uma certa forma, incorporados pelo bando de garotos pobres, infratores e órfãos que vivem em um armazém abandonado. É muito interessante como o autor ligou a personalidade de cada um ás “coisas ruins” da sociedade: há um que mantém relações com prostitutas, o líder, Pedro-Bala, é quem arquiteta os roubos, mas é claro, não podemos esquecer que são todos crianças, e há , ainda, aqueles que se apegam à sonhos como as outras crianças que têm família: um deles tem apego aos livros e aos estudos, e outro, à religiosidade.

Por mais triste que seja a situação desse grupo, há algumas partes bem engraçadas! Mas, o que realmente atrai é a forma como o autor desenvolveu as personalidades de cada personagem, mesmo sendo um grupo e todos fazendo praticamente tudo juntos, há muita individualidade, o que é bem bacana, porque dá para ter uma identificação com essas crianças.

E se você pensa que será um livro totalmente masculino, em boa parte, é verdade, porém, há uma personagem feminina que mexe com os sentimentos dos garotos, e apesar de breve, sua passagem é bem significativa.

Eu diria que é um livro completo: há momentos de muita felicidade, muita tristeza, nostalgia, e o sentimento que dá quando acaba é saudade. Há um desfecho para cada um, é mais ou menos quando uma pessoa que você conhece e convive há tempos vai embora, sabe?! O leitor testemunha os sentimentos de cada um, como se você estivesse lá, com eles.

O modo como Jorge Amado descreve é sensacional! Eu não sei, mas essas autores brasileiros tem uma magia ao escrever que a imagem se forma na cabeça e só de descrever isso para você, elas voltam à mim!

A edição foi da Companhia das Letras, gostei, mas faltou as orelhas, e o formato é pequeno, sobretudo, com folhas amareladas, minha visão agradece! Entretanto, há uma outra edição da Companhia, e essa… Está muito bonita!

É isso, leia, pode até ser por “obrigação”, mas quem sabe não se transforma em um momento super relaxante!

E, como sempre, você também pode conferir resenhas de vários outros livros legais no Blogs e Livros (às vezes esqueço de mencionar, eu sei! xD).

XOXO

Carla.