Resenha: A Batalha do Apocalipse, de Eduardo Spohr

Não foram só os gregos que escreveram épicos, minha gente!

Quem acompanha as resenhas sabe que essa não é a primeira vez que falo desse cara por aqui, mas se você não sabe do que estou falando, dê uma olhada.

Agora sim, tentarei não entrei no âmbito Religião da coisa, até porque não me cabe, nem compete, mas se acontecer, fique ciente que não sou religiosa nem nada assim, então não me incomodo de dizer certas coisas, nem de pensá-las, portanto se você se ofende com esse assunto, com opiniões diferentes ou, até mesmo, um outro ponto de vista, sugiro que nem leia este texto!

Recado dado, vamos ao que interessa!

Bom, eu não li, mas muitas pessoas já leram a Bíblia, sabemos que lá há o livro Apocalipse, o dia do Juízo Final, onde as trombetas tocarão etc… Há o anjo caído, Lúcifer, ou Estrela da Manhã e por aí vai, os arcanjos Miguel, Rafael, Gabriel & Cia. Sabendo de tudo isso, já imaginou se eles de fato existissem, ou existem de fato, sei lá, e houvesse uma guerra, uma rebelião nos Céus? Onde os humanos seriam escravizados e a redenção não seria para todos?

A história se passa em dias atuais, e se concentra no Anjo Guerreiro Ablon, ele está no Rio de Janeiro, mas já viveu diversas épocas da História, o cara é fodão, por assim dizer, ele é um herói bem clichê, sabe quando tudo parece perdido e ele encontra uma força incrível e derrota o inimigo, sempre? Esse é Ablon.

O livro é cheio de clichês, mas foram muito bem usados!

Segundo o livro, vivemos o Sétimo Dia ainda, durou milhões de anos, mas o Apocalipse, eventualmente chega, nosso Herói é um renegado dos Céus e por isso vive entre os humanos, seu corpo é que o chama de Avatar, porém anjos não tem sentimentos ou necessidades como os humanos. Como o embate será entre Céu e Inferno, ele é convidado a se juntar nas tropas de Lúcifer, retratado com uma beleza fora do comum, mas as aparências enganam, e o mesmo vale para os caras do outro lado do campo de batalha.

Miguel, o Arcanjo, o primogênito, é uma cara bem egocêntrico, sente inveja dos humanos, e é bem ardiloso, por sinal.

O legal do livro é que ele faz uma verdadeira viagem por diversas épocas, desde a Torre de Babel, ate os dias de hoje. Você entende o por quê de Ablon ser um renegado, o fato de alguns Arcanjos não se envolverem na Batalha, até mesmo o nascimento de Jesus, como assim? Eu não vou contar, pois seria um spoiler dos mais safados, mas posso adiantar que o modo como é no livro é muito mais convincente que na Bíblia, sério.

O enredo é esse, as descrições são incríveis, só pelo trabalho de pesquisa e pela História em si, já vale a leitura! É livro bem completo: há ação, aventura, suspense, romance, todos os segredos, e olha que há muitos, são desvendados ao longo das páginas, o que é ótimo, pois não deixa você largar. Só achei que ficou algo meio sem sentimento, um livro com uma leitura meio técnica, não sei, quanto à isso, eu achei que faltou algo.

Até a história engrenar é um pouco maçante, mas tem um apelo bem interessante, é algo completamente diferente quanto às questões comumente discutidas, seja Bíblia, Religião ou Deus, seja ele qual for. E a forma como o Eduardo direcionou a história e as personagens, para mim, é muito condizente com a realidade e com o que possa ser, de fato, verdade, porque abre caminho para o pensamento “Por que não?!”.

Sobre a edição, o que posso dizer, é capa dura! Sem contar os Extras no final: é um guia para entender as castas angelicais, camadas celestes e muito mais! Vale a pena desembolsar um pouquinho mais!

“O cinto e a espada do Apollyon caíram, e o guerreiro, compreendendo o desafio, abriu também sua fivela. Mas, antes que a Vingadora Sagrada tombasse, o Destruidor investiu como um touro e acertou um murro no rosto do general. Sua cabeça inclinou para trás, e o corpo angélico foi arremessado do passadiço ao pátio central. Só parou quando as costas encontraram uma grande coluna e, rachando a pilastra, ele escorregou para o chão.”

E é isso!

XOXO

Carla.